Acredite se quiser: muito antes de o Mickey ser criado, Walt Disney foi demitido de seu trabalho em um jornal por sua "falta de imaginação e boas ideias". Ele trabalhava como ilustrador de anúncios publicados nas páginas do veículo.
Quando saiu do emprego, em 1921, ele se juntou ao seu irmao Roy e o amigo Ub Iwerks para fundar a produtora Laugh-O-Gram, que criava animações de contos de fadas - a predecessora do Walt Disney Studios. Os desenhos feitos pelo trio começaram a ser exibidos nos cinemas da cidade do Kansas antes das sessões de filmes.
Durante um período, o estúdio fechou um acordo com uma distribuidora de Nova York que apenas pagava pelas animações seis meses depois de recebê-las. Foram tempos difíceis para Disney, que precisou reduzir as despesas e a equipe ao máximo para fazer a empresa sobreviver. O ilustrador não poupou esforços: no final do ano de 1922, ele estava morando no escritório da Laugh-O-Gram, comendo comida de cachorro e tomando banho uma vez por semana em uma estação de trem.
Depois de fazer uma animação sobre higiene dental para um dentista da região, Disney obteve dinheiro o suficiente para levar a Laugh-O-Gram para Hollywood, em 1923. Lá, o estúdio fechou um contrato com Universal Studios, que passou a comprar e a exibir as animações da equipe. Foi nesse período que Disney criou um de seus importantes personagens, o Coelho Osvaldo, que se tornou bastante popular quando foi lançado.
O ilustrador, no entanto, não colocou sua assinatura no desenho do pequeno coelho - uma brecha que permitiu à Universal roubar a figura, levando consigo a equipe de desenhistas do Laugh-O-Gram. Quando isso ocorreu, Disney enviou um telegrama ao seu irmão dizendo para ele não se preocupar, pois ele já tinha um novo personagem em sua mente: Mickey Mouse. O sucesso obtido pelo camundongo tirou o ilustrador e seus sócios da miséria.