Jornalista / Âncora / Locutor de Rádio
[13 / 07 / 1952 <==> 11 / 02 / 2019]
Ricardo Eugênio Boechat, mais conhecido como "Ricardo Boechat" foi um famoso e fenomenal jornalista, locutor de Rádio e Âncora de Telejornais, o qual nasceu em Buenos Aires na Argentina, mas passou sua vida no Brasil, sendo lembrado por suas reportagens de grandes repercusões abrangendo principalmente a área política do Brasil.
Filho de um diplomata brasileiro e da argentina Mercedes Carrascal, nasceu na capital argentina enquanto o pai estava a serviço do Ministério das Relações Exteriores.
Boechat era pai de seis filhos, sendo dois do casamento com a jornalista Veruska Seibel.
Ricardo Boechat iniciou a carreira em 1970, no extinto Diário de Notícias (RJ), e começou a trabalhar na coluna de Ibrahim Sued.
Transferiu-se para O Globo (RJ) em 1983, ano que marcou sua separação da equipe de Ibrahim, já então em O Globo, para integrar a da coluna Swann, no mesmo jornal, da qual se tornaria titular dois anos depois e que passaria a ter o nome de Boechat em fins dos anos 1980.
Ibrahim morreu em 1995, e Boechat já era, então, titular de sua própria coluna há muito tempo.
Em 1987, foi convidado por Moreira Franco, governador do Rio de Janeiro na época, para ser titular da Secretaria de Comunicação Social do Estado.
Permaneceu no cargo por seis meses, teve uma breve passagem pelo Jornal do Brasil (RJ), e depois na sucursal carioca do jornal "O Estado de S.Paulo" (SP).
Pela Agência Estado, ganhou o Prêmio Esso de Reportagem em 1989.
De volta a O Globo, em 1989, como editor da mesma coluna Swann de outrora, logo transformada em Boechat, ali se fixou como um dos colunistas mais influentes do país.
Venceu os Prêmios Esso de 1992, na categoria Informação Política, com Rodrigo França, e de 2001, na categoria Informação Econômica, com Chico Otávio e Bernardo de la Peña, sempre por notas de sua coluna que renderam pautas aprofundadas.
Saiu de O Globo em junho de 2001.
Quando recebeu o prêmio Esso, no final daquele ano, já não estava no jornal.
Deixou a empresa após rumoroso episódio envolvendo empresas de telefonia.
Mas subiu ao palco, com a equipe da casa, para receber o prêmio, mesmo assim, por mérito.
Foi então para o Jornal do Brasil como colunista, assumindo o Informe JB.
Ganhou depois sua própria coluna no primeiro caderno, semelhante à que tinha em O Globo e, cumulativamente, assumiu a Direção de Redação por um ano, a convite de Nelson Tanure.
Teve participações como colunista no SBT, em notas gravadas na própria redação do JB, para o telejornal apresentado por Hermano Henning.
Chegou a fazer um piloto para ancorar um telejornal na emissora, mas não chegou a exercer a função.
Fez coluna em O Dia (RJ) e foi professor da Faculdade da Cidade.
Entrou para o grupo Bandeirantes, como diretor de Jornalismo no Rio de Janeiro.
Em fevereiro de 2006, mudou-se para São Paulo, para ancorar o Jornal da Band, principal noticiário da emissora.
Desempenha a mesma função no programa diário Jornal do Rio, na rádio BandNews FM, transmitido exclusivamente para o Estado do Rio de Janeiro (capital e interior) das 7h às 9h.
Assina ainda uma coluna semanal na revista IstoÉ (SP), com a colaboração de Ronaldo Herdy.
Dentre os prêmios conquistados durante a carreira estão os citados três Prêmios Esso – 1989 (reportagem), 1992 (informação política) e 2001 (informação econômica) –, um White Martins de Imprensa, além de nove Comunique-se – 2007, 2010 e 2012, na categoria Âncora de TV; 2006, 2008 e 2010, como Apresentador/Âncora de Rádio, e 2008, 2010 e 2012, como Colunista de Notícia.
Pelo acúmulo de troféus "Comunique-se", entrou para a Galeria de Mestres do Jornalismo da competição e passou a ser considerado hors-concours em duas categorias: Apresentador/Âncora de Rádio e Colunista de Notícia.
Ricardo Boechat também é nome frequente no Ranking J&Cia anual, levantamento que contabiliza os pontos recebidos pelos jornalistas de acordo com os prêmios conquistados.
Em 2012 com 372,5 pontos ficou 18º lugar entre os Mais Premiados Jornalistas Brasileiros de Todos os Tempos. Na edição do Ranking J&Cia em 2014 subiu mais algumas posições e colocou-se em 11º, entre os mais premiados. Também foi eleito o jornalista 'Mais admirado' na pesquisa de Jornalistas&Cia em 2014, que elencou os 100 principais profissionais do mercado.
É autor do livro "Copacabana Palace – Um Hotel e sua História" (DBA, 1998), que resgatou a trajetória do hotel mais exclusivo e sofisticado do País, completando 75 anos de existência no ano da publicação.
Em 2015 segue como colunista da IstoÉ Independente, âncora do Jornal da Band e da rádio BandNews FM.
Foi eleito bi-campeão no Prêmio Os +Admirados Jornalistas Brasileiros edição 2015.
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Polêmicas devido à grandes reportagens:
Grampos Telefônicos:
Ao participar de reportagens na guerra pelo controle das companhias telefônicas no Brasil, a sua participação foi citada em reportagem publicada na revista Veja em junho de 2001.
O colunista foi demitido de O Globo e da Rede Globo, onde tinha uma coluna no Bom Dia Brasil quando a revista publicou trecho de um grampo telefônico em que revelava ao jornalista Paulo Marinho o conteúdo das matérias que foram publicadas pelo jornal.
A decisão dos diretores da empresa foi unânime.
Eles alegaram que o comportamento do jornalista feria o código de ética da empresa.
Marinho trabalhava para Nelson Tanure, principal acionista do Jornal do Brasil e aliado da TIM, empresa que disputava o controle da Telemig Celular e Tele Norte Celular em confronto com o banqueiro Daniel Dantas.
O escândalo revelou alguns dos métodos empregados nas guerras pelo controle das companhias telefônicas, na qual ocorriam grampos a jornalistas, notícias plantadas e envolvimento de grupos poderosos.
Flagrado nesses grampos, a situação ficou insustentável na Globo.
Nos últimos anos antes da demissão, o jornalista, com sua coluna em O Globo, a mais lida do jornal, transformou-se num dos mais influentes jornalistas do país.
Também deu início ao primeiro escândalo de quebra do sigilo do painel do Senado Federal, quando, em 2000, revelou falhas de segurança nesse sistema.
Pouco depois, disse que a senadora Heloísa Helena teria traído o Partido dos Trabalhadores em votação que cassou o mandato do senador Luís Estêvão.
Antes da demissão, deixou claro ter uma cópia da lista de votação.
Mesmo assim (ou por isso), ele não foi inquirido pelo Conselho de Ética do Senado por não ser político.
Silas Malafaia:
Em 19 de junho de 2015, Boechat e o pastor Silas Malafaia protagonizaram uma discussão de grande repercussão.
Tudo começou quando no dia 17 de junho, o jornalista decidiu comentar em seu programa na rádio BandNews FM, sobre a "onda de crimes causada pela intolerância religiosa", afirmando que: "Os evangélicos são uma massa monumental de brasileiros, e sempre ficam muito sensíveis quando se faz alguma crítica que generalize a abordagem.
E nesse sentido, eu quero deixar bem claro que essa crítica é uma crítica muito dirigida a pastores e algumas igrejas neopentecostais, e alguns grupos específicos dentro de algumas agremiações religiosas que estão estimulando e levando a cabo ações de hostilidade contra outras religiões, especialmente as religiões de origem africana".
Esse trecho despertou a fúria de Silas Malafaia, que sentiu-se ofendido e, através do Twitter, escreveu que o jornalista estava falando asneira e também o chamou de idiota.
Ao ver as mensagens do pastor, enquanto falava ao vivo pela BandNews FM Fluminense, Boechat resolveu responder e retrucou a ofensa de Silas Malafaia com uma série de acusações, isso ao vivo no rádio.
Na sequência, Silas Malafaia passou o dia escrevendo mensagens a Ricardo Boechat, além de ter gravado um vídeo para retrucar o jornalista.
Ele também reafirmou que iria intimar o jornalista na Justiça. Posteriormente, em audiência judicial, ambos se retrataram.
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Ricardo Boechat foi Jornalista Brilhante, com excepcional inteligência e simpatia, atendendo sempre à todos, inclusive seus admiradores e ouvintes do seu programa de rádio com muita educação e atenção.
Devido ao seu alto grau de conhecimento, sempre era convidado para realizar palestras em empresas e faculdades, sempre atendendo à todos dentro do possível.
Boechat foi uma pessoa muito querida em todos os locais onde frequentava, pois era muito atencioso e cordial com todas as pessoas.
Sua partida deixou uma lacuna muito grande, tanto no jornalismo como também nas rodas sociais e de amigos.
No último ano, até o dia de sua morte, Ricardo Boechat apresentava matinalmente na Rádio Bandeirantes, o programa "Café com Jornal", o qual possuía uma grande audiência devido à clareza de forma de transmitir as notícias.
Devido ao carisma, companheirismo e importância de Ricardo Boechat, houve uma grande homenagem e despedida de seus companheiros de trabalho da Rede Bandeirantes em praticamente todos os horários e canais da emissora, bem como também em outros canais de televisão.
Causa da Morte:
Ricardo Boechat morreu em 11/02/2019 aos 68 anos de idade, na queda do helicóptero que o trazia de Campinas para São Paulo, depois de realizar uma palestra na cidade do interior paulista.
A aeronave caiu na rodovia Anhanguera, embaixo do viaduto de interligação com o Rodoanel, na Grande São Paulo, chocando-se com um caminhão e incendiando-se.
Sepultamento:
O corpo de Ricardo Boechat foi Cremado no Cemitério Horto da Paz em Itapecerida da Serra, Grande São Paulo, e suas cinzas foram entregues à sua família.
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