Atriz
[14 / 11 / 1923 <==> 15 / 04 / 2013]
Cleyde Becker Iaconis, mais conhecida como Cleyde Yáconis, foi uma atriz brasileira, lembrada pelo público, principalmente pela sua participação em novelas televisivas.
Cleyde Becker Yáconis nasceu na cidade de Pirassununga (SP), em 14 de novembro de 1923, sendo filha de Edmondo Iaconis e de Alzira Iaconis, tendo duas irmãs, Cacilda Becker e Dirce Becker.
As dificuldades da sua infância pobre aumentaram quando ela tinha 4 anos de idade, momento em que seu pai abandona a família.
Em 1927 o pai de Cleyde Yáconis abandona a família, ficando sua mãe em uma situação complicada devido ao preconceito que existita na época em relação à mulheres separadas.
(Cleyde Yáconis contou certa vez em uma entrevista que o pai usava roupas elegantes e procurava se cuidar, enquanto as filhas mal tinham o que vestir e ainda eram espancadas.
"Ele tinha um requinte de espancamento, que se batia com o cinto era do lado da fivela (…) Eu e Cacilda somos muito parecidas com ele, principalmente na mão. Ele gostava de bater aqui no cocoruto, pra gente desmaiar. Entende? É a lembrança que eu tenho do meu pai até 4 anos de idade.").
Depois da separação, Cleyde Yáconis, suas irmãs Dirce e Cacilda jutamente com sua mãe se mudam para a cidade litorânea de Santos (SP).
Nessa época a família de Cleyde Yáconis viveu em extrema pobreza, morando em um container de navio em uma favela do Canal 3 de Santos.
Todos os meses, com seu pagamento, a mãe comprava um saco de arroz, de feijão e de batata, sendo essa a refeição de todos.
Essa situação só acabou quando a irmã de Cleyde Yáconis, Cacilda Becker, conseguiu consolidar sua carreira teatral em São Paulo, podendo então ajudar sua família a ter uma vida melhor.
Incentivada pela mãe professora, Cleyde Yáconis fez o curso normal e, simultaneamente, o de enfermagem, com a idéia de se formar em medicina.
Em 1950, levada pela irmã Cacilda Becker para São Paulo, começa à trabalhar no setor de "guarda-roupas" do Teatro Brasileiro de Comédia (TBC).
Mesmo sem intenção de se tornar atriz, substitui Nydia Licia no papel de Rosa Gonzalez, em "O Anjo de Pedra", de Tennessee Williams.
Por sua atuação, Ziembinski a convida para o papel de Annette, em "Pega-fogo", de Jules Renard.
Com isso, desiste de prestar exame para a Faculdade de Medicina.
No ano seguinte, 1951, torna-se a atriz-revelação do teatro paulista, premiada pela Associação Paulista de Críticos Teatrais (APCT), por sua atuação em "Ralé", de Maximo Gorki.
De 1950 a 1964 participa de 35 montagens no TBC, entre as quais, "Santa Marta Fabril S.A.", de Abílio Pereira de Almeida (1955); "Adorável Júlia", de Marc-Gilbert Sauvajon (1957); e "A Morte do Caixeiro-viajante", de Arthur Miller (1962).
Mas é em 1953 que ganha seu primeiro grande papel no TBC, a "Senhora Flora", protagonista de "Assim É Se lhe Parece", de Luigi Pirandello, quando abiscoita o Prêmio Governador do Estado como melhor atriz do ano.
Em "Maria Stuart", de Schiller (1955), também é premiada como melhor atriz: Prêmio Saci.
Três anos depois, ao lado de Cacilda Becker, Ziembinski, Walmor Chagas e Fredi Kleeman, funda o Teatro Cacilda Becker.
A companhia estreéa com "O Santo e a Porca", de Ariano Suassuna, em maio de 1958.
Em 1964 tem outro desempenho consagrador: vive nos palcos Yerma, de Garcia Lorca, dirigida por Maurice Vanneau.
Durante a temporada de "Vereda da Salvação", de Jorge Andrade, é detida pela ditadura militar, mas o prestígio de Cacilda Becker faz com que seja liberada.
Desliga-se do TBC e, em 1965, a convite de Nelson Rodrigues, aceita viver a prostituta "Geni" de "Toda a Nudez Será Castigada", com direção de Ziembinski.
Por seu desempenho é premiada com o prêmio Molière.
Em 1966 integra o Grupo Opinião em "Se Correr o Bicho Pega, Se Ficar o Bicho Come", de Oduvaldo Vianna Filho e Ferreira Gullar, com direção de Gianni Ratto.
Em 1967 substitui Teresa Rachel em "Édipo Rei", de Sófocles, e dá vida a outra grande personagem, Jocasta, a mãe de Édipo, este vivido por Paulo Autran, sob a direção de Flávio Rangel.
Em 1976 faz "A Rainha do Rádio", de José Safiotti Filho, direção de Antonio Abujamra.
Em 1988 dá início à parceria com o diretor Ulysses Cruz com "Cerimônia do Adeus", de Mauro Rasi, em que interpreta Simone de Beauvoir.
Em 1995, com o mesmo diretor, atua em "Péricles, Principe de Tiro", de Shakespeare.
No cinema, atua em "Na Senda do Crime", de Flamínio Bollini Cerri (1954); "A Madona de Cedro", de Carlos Coimbra (1968); "Parada 88 – O Limite de Alerta", de José de Anchieta (1977); "Dora Doralina", de Perry Salles (1982); e "Jogo Duro", de Ugo Giorgetti (1985).
Em 2000 roda ao lado de Dirce Migliaccio o curta-metragem "Célia e Rosita", de Gisella de Mello, em homenagem às atrizes Célia Biar e Rosita Thomaz Lopes, filme no qual vive Rosita.
Cleyde Yáconis entra para a televisão em 1966, na TV Paulista, mas logo é levada por Cassiano Gabus Mendes para a TV Tupi de São Paulo, onde aparece nas novelas "O Amor Tem Cara de Mulher" (1966), "Mulheres de Areia" (1973) e "Gaivotas" (1979).
Na TV Globo, faz "Rainha da Sucata" (1990), "Vamp" (1991) e "As Filhas da Mãe" (2001).
Em 2006, na TV Record, trabalha em "Cidadão Brasileiro".
Em teatro, brilha mais uma vez em 2002 ao lado de Sergio Britto, em "Longa Jornada de um Dia Noite Adentro", de Eugene O’Neill, sob a direção de Naum Alves de Souza.
Em 2003 conquista o Grande Prêmio da Crítica da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) pelo conjunto da obra.
Neste mesmo ano, recebe o Prêmio Nacional Jorge Amado de Literatura & Arte do Governo da Bahia.
Em 2005 é agraciada com a Ordem do Mérito Cultural do Ministério da Cultura. Por sua interpretação na primeira montagem brasileira de Cinema Éden, de Marguerite Duras, com direção de Emílio Di Biasi, é indicada em 2005 para o Prêmio Shell de Teatro.
Em 2006 protagoniza "A Louca de Chaillot", de Jean Giradoux, peça inédita nos palcos brasileiros, sob o comando dos jovens diretores Ruy Cortez e Marcos Loureiro.
Longe dos refletores, das festas e da metrópole paulista, Cleyde Yàconis é uma mulher de hábitos simples.
Em contato com a natureza, em seu sítio no distrito de Jordanésia, pertencente ao município de Cajamar, a 28 km da capital paulista, desfrutava uma vida tranquila ao lado de seus cachorros, de seus passarinhos e de suas árvores.
O último papel de Cleyde Yáconis na televisão, foi sua participação na novela "Passione" em 2010, no papel de Brígida.
No teatro, sua última peça, "Elas Não Gostam de Apanhar" (montagem de Nelson Rodrigues), estreou em julho de 2012.
Cleyde Yáconis foi casada por 11 anos com o ator Stenio Garcia, mas não tiveram filhos.
A saúde Cleyde Yáconis decaiu após uma queda que a atriz sofreu em Julho de 2010, fraturando a cabeça do fêmur.
Nessa época Cleyde passou por uma cirurgia no Hospital arra D'Or, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, ficando internada durante seis dias.Cleyde Yáconis estava internada no Hospital Sírio Libanês desde Outubro de 2012, falecendo em 15/04/2013.
Causa da Morte: Cleyde Yaconis morreu na manhã de 15/04/2013 no Hospital Sírio Libanês em São Paulo, com 89 anos de idade, devido à complicações provocadas por Isquemia.
Obs.: [Isquemia é a falta de suprimento sanguíneo para um tecido orgânico devido a obstrução causada por um trombo, seja ele formado por placas gordurosas ou por coágulos sanguíneos].
Sepultamento:
Cemitério Municipal de Cajamar - SP.
Rua Afonso Caramigo, s/n.
Cajamar - SP.
Local: Quadra 13 - Sepultura 31.
Coordenadas GPS (Latitude / Longitude) (Cemitério):
[23°21'22.87"S / 46°52'50.80"W]
[Clique nas Coordenadas acima para acessá-las no Google Maps!]
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